Degeneração Vítrea Relacionada a Idade.
Após os 45-50 anos de idade ocorre uma redução do volume gelatinoso do vítreo com aumento de sua porção liquida. A parte central do vítreo passa por um processo de liquefação com o passar da idade, denominada sinquese. Tal processo é seguido pelo colapso vítreo, também conhecido por sinérese vítrea, propiciando o descolamento do vítreo posterior.
O descolamento do Vitreo Posterior pode ocorrer rapidamente e ser sintomático. O surgimento de moscas volantes é o principal sintoma do descolamento, sendo um importante momento para realizar o mapeamento de retina e identificar possíveis complicações como rotura retiniana, hemorragia vítrea e descolamento de retina. A presença de rotura retiniana varia de 8 a 46% em pacientes com descolamento do vítreo sintomático.
Outro sintoma associado ao descolamento do vítreo posterior e associado a maior risco de rotura retiniana é a percepção de flashes de luz, também chamada de fotopsia. Isso ocorre devido a tração vítreo retiniana em regiões de maior aderência vítrea, aumentando o risco de rasgaduras na retina.
Em pacientes com roturas retinianas, o risco de descolamento de retina aumenta, por isso é importante que todos os pacientes com sintomas de descolamento do vítreo posterior sejam submetidos ao mapeamento de retina a fim de descartar a presença de roturas retinianas. Quando as mesmas são identificadas o tratamento com laser de argônio, fotocoagulação a laser, é capaz de prevenir o descolamento de retina.
Descolamento do Vítreo Anômalo
O descolamento do vítreo posterior anômalo pode desencadear uma série de patologias retinianas. Algumas regiões como disco óptico, mácula, vasos retinianos e ora serrata possuem aderência vítreo retiniana aumentada.
Essa aderência também ocorre nas degenerações lattice e tufos retinianos, a tração vítrea nessas áreas aumentam o risco de desenvolvimento de roturas retinianas, retinosquise, degeneração cística, descolamento de retina tracional e regmatogênico, avulsão de vasos retinianos e hemorragia vítrea.
Roturas Retinianas
As roturas retinianas ocorrem quando o descolamento do vítreo posterior surge em regiões de firme adesão vítreo retiniana. A rotura em ferradura é um subtipo de rotura retiniana causada pelo descolamento do vítreo posterior. Apresentam vítreo aderido em sua porção retiniana posterior, tracionando o flap retiniano.
O surgimento de roturas operculadas ocorrem quando um fragmento de retina é totalmente avulsionado do restante da retina. Quando esse processo de abertura de roturas retinianas por tração vítrea, acomete os vasos retinianos, vem acompanhado de hemorragia vítrea.
As roturas retinianas com maiores risco de evolução para descolamento de retina são as roturas em ferradura recentes, sintomáticas, em olhos afácicos e com descolamento de retina subclínico.
Degeneração Lattice
A degeneração lattice é uma alteração retiniana presente em cerca de 10% da população, sendo identificada comumente em olhos alto míopes. Aproximadamente 1% dos olhos com essa degeneração evoluem com descolamento de retina associado.
Histopatologicamente, consiste em um afinamento das camadas retinianas internas associado a presença de vítreo liquefeito sobre a região. Nas bordas da degeneração nota se aderência vítreo retiniana anômala com predisposição a abertura de roturas retinianas e consequente descolamento de retina.
As lesões são encontradas paralelas a ora serrata, podendo ser redondas, ovais ou lineares. É comum estar associado a mobilização pigmentar com vasos esclerosados entrelaçados, identificados como linhas brancas e buracos atróficos.
A degeneração lattice pode ser tratada com fotocoagulação a laser, na tentativa de bloquear essa região e impedir a progressão para o descolamento de retina. O acompanhamento dessas lesões com o mapeamento de retina periódico e identificação precoce de roturas novas ou descolamento de retina também é uma forma de tratamento dessa degeneração.
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Dra Nathália Corbelli Roberti
CRM 165234 – Especialista em Retina e Vítreo
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