Laser de Retina ou Laser de Argônio: Indicações Mais Comuns e Como Ele Previne Doenças Graves da Visão
O laser de retina,também chamado de laser de argônio, representa uma das maiores inovações da oftalmologia moderna. Ele revolucionou o tratamento de diversas doenças oculares, principalmente aquelas que afetam a retina e que, se não forem tratadas a tempo, podem evoluir para cegueira irreversível.
Neste artigo, você entenderá de forma clara e detalhada quais são as principais indicações clínicas do laser de retina, incluindo:
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o bloqueio de rasgos retinianos para prevenir o descolamento de retina
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a panfotocoagulação a laser no tratamento da retinopatia diabética proliferativa
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o controle da neovascularização em pacientes com oclusão venosa da retina
Acompanhe até o final e descubra por que esse procedimento se tornou essencial na preservação da saúde ocular.
O que é o laser de retina?
O tratamento com laser de retina ou laser de argônio, também conhecido como fotocoagulação a laser, consiste na aplicação de feixes de luz altamente concentrados diretamente sobre a retina. Esses feixes provocam queimaduras microscópicas e controladas, as quais estimulam a cicatrização e promovem adesão entre as camadas retinianas.
Como resultado, o laser consegue:
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Reduzir o estímulo a produção de VEGF e a formação de neovasos
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Criar barreiras protetoras ao redor de lesões
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Reduzir o risco de complicações severas através do bloqueio de roturas, como o descolamento de retina
Além disso, o procedimento é realizado em ambiente ambulatorial, com anestesia tópica. Portanto, ele oferece uma combinação rara de eficácia clínica e segurança.
1. Bloqueio de rasgos retinianos: prevenindo o descolamento de retina
Entre as indicações mais urgentes do laser de retina, destaca-se o tratamento de rasgos ou rupturas retinianas. Esses rasgos ocorrem com frequência em pacientes com miopia elevada, idade avançada, ou histórico familiar de problemas retinianos.
Em geral, os rasgos resultam da tração do vítreo sobre a retina. Se não forem tratados de forma rápida e eficaz, podem permitir que o fluido intraocular se infiltre sob a retina, provocando um descolamento. Nesse estágio, o risco de perda visual permanente aumenta consideravelmente.
Por isso, ao identificar um rasgo, o oftalmologista aplica o laser ao redor da lesão, criando pontos de fixação térmica. Essas cicatrizes impedem a progressão do descolamento e fixam a retina na sua posição original.
Consequentemente, essa abordagem funciona como uma barreira protetora, evitando que o problema evolua. Além disso, o procedimento é simples, rápido e eficaz quando realizado precocemente.
2. Panfotocoagulação na retinopatia diabética proliferativa
A retinopatia diabética proliferativa é uma complicação grave do diabetes mal controlado. Devido à alta glicemia, os vasos sanguíneos da retina se tornam frágeis e permeáveis, levando à isquemia tecidual. Para compensar essa falta de oxigênio, o organismo passa a formar novos vasos sanguíneos anormais, um processo conhecido como neovascularização.
Esses neovasos são extremamente frágeis. Eles tendem a sangrar com facilidade, provocando hemorragias vítreas e, eventualmente, descolamentos tracionais da retina. Para evitar isso, o oftalmologista recorre à panfotocoagulação a laser — um procedimento que atinge áreas amplas da retina periférica.
Ao realizar a panfotocoagulação, o médico reduz a demanda metabólica da retina isquêmica e interrompe o estímulo à formação de novos vasos. Dessa maneira, o tratamento:
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Promove a regressão da neovascularização
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Diminui o risco de hemorragias
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Preserva a visão central do paciente
Além disso, o laser pode ser aplicado em mais de uma sessão, dependendo da gravidade do quadro. E, embora possa afetar discretamente a visão periférica, preserva de forma eficaz a visão útil e funcional.
Portanto, em casos de retinopatia diabética proliferativa, a panfotocoagulação continua sendo o tratamento de escolha, principalmente quando iniciada no momento certo.
3. Tratamento da neovascularização em pacientes com oclusão venosa da retina
A oclusão venosa da retina, seja na forma de oclusão de veia central (OVCR) ou de ramo venoso (ORVR), compromete a drenagem sanguínea do olho. Como consequência, ocorrem acúmulos de sangue e fluido, levando à isquemia da retina.
Em muitos pacientes, essa isquemia desencadeia a formação de vasos anormais, especialmente na retina ou na íris. Esse processo, por sua vez, pode culminar em glaucoma neovascular, uma condição de difícil controle e alto risco visual.
Para evitar tais complicações, os especialistas utilizam o laser de retina como estratégia terapêutica. Através da fotocoagulação das áreas isquêmicas, o laser inibe a liberação de fatores pró-angiogênicos, como o VEGF, que estimulam a formação de neovasos.
Além disso, em muitos casos, os médicos associam o tratamento com injeções intravítreas de anti-VEGF, o que potencializa o controle da neovascularização e melhora o prognóstico visual.
Em resumo, o uso do laser nesses casos:
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Controla a proliferação de vasos anômalos
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Previne a formação do glaucoma secundário
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Evita hemorragias e descolamentos associados
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Proporciona uma abordagem conservadora e segura
Vantagens do laser de retina em diferentes contextos clínicos
De modo geral, o laser de retina se destaca por oferecer uma série de benefícios significativos, especialmente em doenças de origem vascular ou degenerativa. Entre suas vantagens, podemos citar:
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Alta precisão e seletividade na aplicação
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Rápida recuperação pós-procedimento
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Redução expressiva dos riscos de cegueira
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Compatibilidade com outros tratamentos oftalmológicos
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Segurança mesmo em pacientes com comorbidades
Além disso, vale destacar que, por se tratar de um procedimento ambulatorial, o tratamento com laser oferece praticidade tanto para o paciente quanto para o profissional.
Conclusão
O laser de retina se consolidou como uma ferramenta terapêutica indispensável na oftalmologia. Graças à sua capacidade de intervir de forma precisa e eficaz, ele permite controlar doenças oculares graves e evitar a progressão de complicações que antes resultavam em perda total da visão.
Seja no bloqueio de rasgos retinianos, na panfotocoagulação de áreas isquêmicas ou no controle da neovascularização em oclusões venosas, o laser se mostra eficaz, seguro e acessível.
Portanto, realizar consultas oftalmológicas regulares e agir precocemente diante de qualquer sintoma visual é essencial para garantir a saúde da retina.
Por fim, se você possui diabetes, hipertensão, histórico familiar de doenças oculares ou já teve alterações vasculares nos olhos, converse com seu oftalmologista sobre o uso preventivo do laser. Muitas vezes, um simples procedimento pode evitar consequências irreversíveis.
Se você ficou com alguma dúvida sobre o tema, entre em contato com a Dra Nathalia Corbelli.