Oclusão de Veia Central da Retina: o “derrame ocular”

Oclusão de Veia Central da Retina: o “derrame ocular”

A Oclusão de Veia Central da Retina (OVCR) é uma doença grave, com riscos de perda da visão. Ocorre a obstrução da Veia Central da Retina. Essa obstrução cursa com hemorragias e isquemia, prejudicando o funcionamento normal da retina.

Eu posso ter esse derrame?

Os principais grupos de risco são pacientes idosos, HAS mal controlados, dislipidêmicos e com glaucoma. Não é comum em jovens, mas quando ocorre, é importante se descartar trombofilias (doenças que cursam com aumento da coagulação sanguínea), doenças inflamatórias e infecciosas.

O que eu vou sentir se tiver uma oclusão? Meu olho ficará vermelho e com sangue?

Não. A oclusão de veia central da retina acomete a região posterior do olho, o paciente não é capaz de ver o vaso obstruído ou as hemorragias. Os sintomas são baixa de visão súbita, sem dor associada, sem vermelhidão ocular. Apenas o exame oftalmológico irá detectar a alteração.

Quais riscos eu corro se tiver esse “derrame”?

Após episódio de OVCR, essa pode evoluir para forma isquêmica e não isquêmica. A forma isquêmica é mais grave, cursa com mais hemorragias retinianas e áreas sem perfusão sanguínea. Os principais riscos são baixa de visão causados pelo edema macular, hemorragia retiniana e vítrea, neovascularização (vasos mal formados) e glaucoma neovascular.

O que é glaucoma neovascular?

Essa doença é um tipo específico de glaucoma que pode ocorrer geralmente após 100 dias da oclusão. Vasos mal formados invadem o segmento anterior, dificultando a drenagem natural do humor aquoso ( o fluido natural do olho). Essa alteração gera aumento da pressão, com dor intensa e vermelhidão ocular. O glaucoma neovascular é uma alteração muito grave com sérios riscos de perda visual se não tratado rapidamente.

Qual o tratamento da OVCR?

O tratamento irá depender da evolução da oclusão. Nos casos onde o edema macular é responsável pela baixa visão, está indicado o tratamento com aplicações de anti-VEGF, entre elas o aflibercepte (Eylea) e o ranibizumab (Lucentis) ou ainda o implante de dispositivos de liberação de corticoide (ozurdex). Essas medicações atuam melhorando o edema e a visão.

Para os pacientes que evoluem com a forma isquêmica e neovascularização, o tratamento deve ser realizado com laser, a fim de se regredir os neovasos. Nesse estágio a aplicação de anti-VEGFs também pode ser indicada.

 

Dra Nathália Corbelli Roberti- CRM 165234
Especialista em Retina e Vítreo

Tel: (11) 94628 2250

Av. Paulista 91, conjunto 104/105. Bela Vista, São Paulo.

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