No Brasil, a catarata representa um problema importante de saúde pública. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a doença responde por uma grande parcela dos casos de cegueira e deficiência visual em idosos. Diante disso, este texto aborda a catarata em detalhes, explorando seus sintomas, diagnóstico, tratamento e cirurgia, além de oferecer dicas sobre como prevenir e cuidar dessa condição.
Dados Nacionais sobre a Catarata
A prevalência de catarata, ou seja, a frequência da doença, aumenta conforme a idade avança. Estima-se, por exemplo, que aproximadamente 50% das pessoas acima dos 65 anos apresentam algum grau de opacidade no cristalino. No Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), https://sboportal.org.br/ estima que o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza cerca de 120 mil cirurgias de catarata todos os anos. Contudo, há ainda uma grande lista de espera para o procedimento.
Entre os tipos de catarata, a mais comum é a catarata senil, associada à idade. Porém, outros fatores como diabetes, exposição prolongada à luz ultravioleta e tabagismo também aumentam o risco de desenvolvimento da doença. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS), https://www.who.int/, estimou que a catarata representa cerca de 51% dos casos de cegueira no mundo, o que ressalta a importância de políticas públicas focadas tanto na prevenção quanto no tratamento dessa condição.
Sintomas
Geralmente, os sintomas da catarata aparecem gradualmente e podem variar de uma pessoa para outra. Nos estágios iniciais, por exemplo, a visão pode se tornar levemente turva, mas, muitas vezes, o sintoma passa despercebido. À medida que a catarata avança, no entanto, os sintomas se tornam mais intensos, como:
- Visão embaçada: A opacidade do cristalino torna difícil enxergar com clareza.
- Sensibilidade à luz: A luz intensa gera desconforto, especialmente ao dirigir à noite.
- Dificuldade para enxergar à noite: A visão torna-se mais desafiadora em ambientes com pouca luz.
- Cores desbotadas: As cores parecem menos vibrantes e, em alguns casos, amareladas.
- Visão dupla: A catarata pode causar visão dupla em um dos olhos.
Esses sintomas tendem a piorar progressivamente e podem variar de acordo com o tipo de catarata presente, como a catarata nuclear, cortical ou subcapsular. Em casos mais avançados, a opacidade do cristalino se torna tão intensa que a pupila parece esbranquiçada.
Diagnóstico
Para diagnosticar a catarata, o oftalmologista realiza uma série de exames detalhados que permitem avaliar o grau de opacidade do cristalino e o impacto na visão do paciente. Portanto, os exames mais comuns incluem:
- Exame de acuidade visual: Avalia a capacidade de enxergar detalhes em diferentes distâncias.
- Exame com lâmpada de fenda: Utiliza uma luz intensa para observar a estrutura do olho, incluindo o cristalino.
- Tonometria: Mede a pressão interna do olho e ajuda a descartar o glaucoma, uma condição que pode coexistir com a catarata.
- Dilatação da pupila: Permite uma visualização detalhada da retina e das estruturas internas do olho.
Com o diagnóstico confirmado, o oftalmologista discute as opções de tratamento com o paciente. Em geral, a cirurgia é indicada quando a opacidade prejudica a qualidade de vida e interfere em atividades diárias.
Tratamento: Cirurgia de Catarata
A cirurgia de catarata é atualmente a única maneira eficaz de tratar a catarata. Esse procedimento é amplamente seguro e eficaz, removendo a lente opaca e substituindo-a por uma lente intraocular artificial. Não é à toa que esta é uma das cirurgias mais realizadas no mundo e apresenta um índice de sucesso extremamente alto.
Como é Realizada a Cirurgia?
A cirurgia de catarata é feita sob anestesia local e é minimamente invasiva. O método mais comum, chamado facoemulsificação, utiliza uma pequena incisão na córnea. Então, um dispositivo de ultrassom fragmenta e aspira o cristalino opaco. Em seguida, o médico implanta uma lente intraocular (LIO) para restaurar o foco e a qualidade da visão.
O procedimento costuma levar de 15 a 30 minutos e é ambulatorial, o que significa que o paciente pode voltar para casa no mesmo dia. Além disso, existem diferentes tipos de lentes intraoculares, como monofocais e multifocais, que permitem corrigir a visão de longe e de perto.
Quem Pode Fazer a Cirurgia de catarata?
Embora a cirurgia de catarata seja segura, o oftalmologista avalia uma série de fatores antes de indicar o procedimento. Geralmente, recomenda-se o tratamento quando a catarata afeta diretamente a capacidade de realizar tarefas diárias, como ler, dirigir ou assistir à televisão. Em casos de problemas de saúde graves, como doenças cardíacas, pode ser necessária uma avaliação médica adicional para garantir a segurança.
Resultados da Cirurgia de Catarata e Recuperação
Após a cirurgia, a maioria dos pacientes experimenta uma melhoria significativa na visão. Com mais de 95% dos pacientes relatando bons resultados, o índice de sucesso é realmente muito alto. Contudo, a saúde geral do paciente e a presença de outras condições oculares influenciam o sucesso do procedimento.
Recuperação Pós-operatória
Para garantir uma recuperação tranquila e eficiente, é importante seguir as orientações do oftalmologista. Durante as primeiras semanas após o procedimento, recomenda-se que o paciente:
- Evite esfregar os olhos: Isso ajuda a evitar infecções e possíveis lesões.
- Use colírios prescritos: Colírios ajudam a prevenir infecções e reduzem a inflamação.
- Evite atividades extenuantes: Levantar peso, por exemplo, aumenta a pressão ocular.
- Use óculos escuros: A luz intensa pode causar desconforto, principalmente nas primeiras semanas.
Resultados de Longo Prazo
Após a recuperação, a maioria dos pacientes percebe uma melhora significativa na qualidade da visão. Em alguns casos, no entanto, ocorre a opacificação da cápsula posterior. Essa condição causa uma leve turvação na cápsula que sustenta a lente intraocular. O tratamento é simples e realizado com uma técnica a laser chamada capsulotomia YAG, que restaura a visão sem necessidade de nova cirurgia.